2010/10/28

sex& religions

A respeito deste artigo: COBB-LEONARD Kathleen//SCOTT-JONES Diane, A belief-behavior gap? Exploring religiosity and sexual activity among high school seniors, em Journal of Adolescent Research 2010 (25-4) p. 578-600.
Fazem um bom levantamento de estudos precedentes que relacionem vivência sexual dos adolescentes e religiosidade. Há algum cuidado em usar boas definições teóricas quer de "sexo" quer de "religião". Estão conscientes das limitações da amostra que usam (curta, forte peso de imigrantes, voluntários, desejabilidade social) e concluem que talvez não haja o tal gap. Segundo eles, os adolescentes estudados não encontram incompatibilidade entre determinadas condutas sexuais e o ensino religioso que professam.
Não quero bater nos autores. É mais um artigo entre tantos. Que procura ser sério em termos teoréticos e metodológicos.
Queria questionar era outra coisa. Imaginemos que fazíamos um inquérito destes aqui em Portugal, com um público de jovens relacionados com a religião católica. Provavelmente encontraríamos os mesmos resultados: existe o tal gap entre o "ensino oficial da Igreja" e as práticas mas que não é sentido como tal pelos sujeitos. Mas qual teria de ser o quadro investigativo que permitisse detectar a contradição entre convicções e comportamentos? Entre quem se identifica (em maior ou menos grau) com a Igreja e o seu ensino mas que ao mesmo tempo desenvolve uma prática oposta?
Para quem me estiver a ler, recordo que não sou psicólogo nem sociólogo. Interesso-me é por teologia pastoral, pela transformação da práxis eclesial. No fundo... como é que se investiga o pecado, a complexa contradição entre ideal e prática?

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