3 A queda da prática religiosa depois da pré-adolescência
O que acontece a seguir à PA? (Que também corresponde à mudança de ciclo escolar)
Cai para 1/3 a participação na Eucaristia semanal. A frequência à catequese tamb+em diminui, até porque não há oferta. Diminui também a participação no associativismo educativo.
Apesar disso, mantém-se elevada a inscrição nas aulas de religião na escola (acima dos 85%). Tudo isto dá que pensar.
Este abandono não será sinal de uma experiência religiosa pobre de conteúdo? Que outros factores o poderiam explicar? Que fragilidades já estavam presentes no percurso?
Terá sentido ver a PA como religiosamente homogénea?
4. A evolução “oculta” ao longo da pré-adolescência
O autor duvida que a mudança que estamos a estudar ocorra apenas depois da PA. Na realidade, ao longo do 2º e 3º ciclo já se vão observando mudanças
Permito-me trazer aqui uma tabela que mostra bem como, já no interior da PA há uma degradação da pertença religiosa
6º ano 7º ano 8º ano total
Vai à missa todos os domingos 72 66 63 67
Comunga todos os domingos 76 69 63 69
Segue a homilia 56 51 37 48
Confessa-se todos os meses 67 63 42 57
Pensa que os colegas vão à missa 27 36 56 40
por obrigação
Chateia-se durante a catequese 19 33 37
Reza todos os dias 66 57 44 55
Sente Deus como afastada 46 54 69 57
Mas os adultos não detectam estas mudanças. Porquê? Porque os adultos observam principalmente os aspectos mais exteriores. E aí, os PAs continuam a ir à missa e à catequese. Mas no interior dos PAs, onde não há controlo dos adultos, muita coisa está a mudar. Vê-se no abaixamento do hábito da confissão e da oração, no aumento de motivações extrínsecas para os gestos religiosos e na diminuição do sentimento de proximidade para com Deus.
Os comportamentos exteriores evoluem lentamente; mas a vivência interior está sob forte tensão.
Nisto tudo há diferenças entre eles e elas. A tendência global de afastamento religioso é comum, mas mais forte nos rapazes.
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2009/03/08
Pré-adolescentes 1
A partir de um artigo de Alessandro Castegnaro (La prassi pastorale dell'iniziazione cristiana nell'attuale contesto culturale. Situazioni, problemi, opportunità gostaria de abrir uma série de posts sobre catequese e pré-adolescentes.
E agora para algo muito mais acessível e próximo da realidade. Este artigo faz a síntese de uma série de pesquisas empíricas feitas no Veneto (região de Veneza).Incide muito nos pré-adolescentes, pois na pastoral italiana eles têm uma grande importância: o crisma é conferido durante a pré-adolescência, a que se segue (em grande número) o abandono da prática.
1. A verdadeira pergunta
Duas observações iniciais: 1) A socialização religiosa dos menores em Itália é muito alta. Durante a pré-adolescência (= PA) os níveis de prática e de envolvimento na catequese são muito elevados; 2) Apesar disso, nos anos seguintes há uma queda brutal desses valores.
Quais as causa? Falência da catequese? Talvez não. Estranho seria que uma prática religiosa elevada na PA se mantivesse tão acima da prática religiosa do todo da população.
Aliás a pergunta passa a ser: Porque é que num país onde a prática não passa de um terço (em Portugal anda por 1/5) a maioria dos PAs participa na missa e na catequese?
É que além dos praticantes há uma fatia relevante da população que se revê num modelo de religiosidade sem Igreja, feita de ritualidades extraordinárias (casamentos, funerais, festas…). Os modelos de religiosidade dos adultos são muito diferenciados. Há os praticantes de sempre (também com experiências um tanto ou quanto diversificadas), há aqueles que se não excluem a dimensão religiosa e a identidade católica, não prevêem formas muito empenhativas de experiência religiosa (Em PT falaríamos dos católicos não praticantes).
Ou seja, os PAs crescem num ambiente religiosamente pluralista; e à medida que crescem não podem não o observar.
Por isso é que a verdadeira pergunta é como se mantém uma socialização religiosa tão elevada dos PAs.
Durante a PA (11-14 anos; o que corresponde aos 3 primeiros anos depois da escola primária [que aqui é de 5 anos]) os números de frequência semanal à missa são muito elevados, bem como os de participação na catequese.
Mas os números caem brutalmente entre os 15 e os 17 anos.
Os números de inscrição no ensino religioso (a ERMC daqui) andam acima dos 90%.
São também muito numerosos os inscritos em actividades paroquiais de tempo livre.
E agora para algo muito mais acessível e próximo da realidade. Este artigo faz a síntese de uma série de pesquisas empíricas feitas no Veneto (região de Veneza).Incide muito nos pré-adolescentes, pois na pastoral italiana eles têm uma grande importância: o crisma é conferido durante a pré-adolescência, a que se segue (em grande número) o abandono da prática.
1. A verdadeira pergunta
Duas observações iniciais: 1) A socialização religiosa dos menores em Itália é muito alta. Durante a pré-adolescência (= PA) os níveis de prática e de envolvimento na catequese são muito elevados; 2) Apesar disso, nos anos seguintes há uma queda brutal desses valores.
Quais as causa? Falência da catequese? Talvez não. Estranho seria que uma prática religiosa elevada na PA se mantivesse tão acima da prática religiosa do todo da população.
Aliás a pergunta passa a ser: Porque é que num país onde a prática não passa de um terço (em Portugal anda por 1/5) a maioria dos PAs participa na missa e na catequese?
É que além dos praticantes há uma fatia relevante da população que se revê num modelo de religiosidade sem Igreja, feita de ritualidades extraordinárias (casamentos, funerais, festas…). Os modelos de religiosidade dos adultos são muito diferenciados. Há os praticantes de sempre (também com experiências um tanto ou quanto diversificadas), há aqueles que se não excluem a dimensão religiosa e a identidade católica, não prevêem formas muito empenhativas de experiência religiosa (Em PT falaríamos dos católicos não praticantes).
Ou seja, os PAs crescem num ambiente religiosamente pluralista; e à medida que crescem não podem não o observar.
Por isso é que a verdadeira pergunta é como se mantém uma socialização religiosa tão elevada dos PAs.
Durante a PA (11-14 anos; o que corresponde aos 3 primeiros anos depois da escola primária [que aqui é de 5 anos]) os números de frequência semanal à missa são muito elevados, bem como os de participação na catequese.
Mas os números caem brutalmente entre os 15 e os 17 anos.
Os números de inscrição no ensino religioso (a ERMC daqui) andam acima dos 90%.
São também muito numerosos os inscritos em actividades paroquiais de tempo livre.
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