1. As palavras-chave
Talvez convenha começar por esclarecer os termos. Confesso que, como muitos outros, não sou capaz de apresentar uma definição redondinha de “nova evangelização”. Se sairmos do mundo cómodo da propaganda eclesiástica, verificamos depressa que “nova evangelização” é uma expressão algo ambígua. “Nova” em que sentido? No sentido em que a “velha” não funcionava? “Nova” como moda nova? Pedi ajuda aos lineamenta do próximo sínodo mas não encontrei uma definição cabal; antes, encontrei dez descrições diferentes . Prefiro, com humildade, assumir que a Igreja hoje, como sempre, tem de fazer evangelização, isto é, dar testemunho, por palavras e obras, da experiência de ser tocada e transformada pela Boa Nova de Jesus nazareno morto e ressuscitado . E esta evangelização hoje, neste contexto em que o modelo eclesial e pastoral desenvolvido em Trento, durante tantos séculos bem sucedido, não funciona já, tem de ser nova nos métodos, no ardor e nas expressões.Portanto não se trata de uma praxis que invente um novo evangelho nem de uma praxis que valorize tanto a continuidade que deixe tudo na mesma.
Quando à pastoral juvenil, o outro tema do binómio que dá nome a esta intervenção, sinto-me com mais sorte. Entre os especialistas sabe-se com clareza o que é pastoral juvenil. Mas no senso comum das pessoas de Igreja (jovens, adultos, padres, estudantes de teologia, bispos…), a expressão é pouco ou mal compreendida.
Os livros entendem pastoral juvenil (ou de jovens) como a praxis desenvolvida pela Igreja, animada pelo Espírito do ressuscitado, para levar o Evangelho aos jovens. Não se trata portanto de uma “pastoral a brincar” feita pelos jovens, estilo as jotas partidárias. Não se trata de uma pastoral de entretenimento, destinada a “segurar” os jovens com umas actividades giras, incapaz de propor o Evangelho da sua totalidade.
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