Acabei de introduzir os dados.
Algumas ideias que se confirmam.
1 - O povo não se confessa mesmo. Ainda não me meti a fazer estatística a sério mas aposto que vai haver uma correlação inversa muito forte entre ir à missa e confessar-se. o que é, para mim, curioso.
2 - O pessoal diz que reza quase todos os dias.
3 - A respeito da imagem de Deus. Alguns valores (paz, alegria, felicidade) estão muito presentes. Algumas formulações mais "reificadas" (tiradas possivelmente duma catequese mais nocional, a la pio X). Grande confusão entre as pessoas da Trindade. A centralidade revelacional de Jesus quase sempre ausente.
4 - Catequese e missa são os grandes lugares da fé. Mas estes são os que andam na catequese. Estou curioso para saber o que dirão os que não andam na catequese.
5 - Pais e catequistas são os grandes jogadores deste campeonato. Avós... qualquer coisinha.
6 - Supostamente os media e a escola não pinta nada nisto da fé. É o que eles dizem. Será interessante perceber, numa entrevista em profundidade, se isso resiste.
7 - A dimensão missionária da fé quase ausente.
2009/12/31
2009/12/30
começa a aplicação dos questionários
já tenho aí uns 40 questionários preenchidos. De gente que anda na catequese e se prepara para o crisma.Interior Norte, rural.
Estou a meter os dados no computador.
Algumas observações preliminares:
1 - Na zona alfa (de onde vêm os questoionários; obviamente, não a identifico) a malta não se confessa. Estou ainda a metade da introdução mas a olho aposto que esse resultado vai ser esmagador. Culpa da catequese? Da pastoral local? Efeito da adolescência? Gostava de perceber porquê?
2 - No questionário há questões paralelas, a respeito das 3 pessoas da trindade. Assim a olho há uma tendência notória para fazer copy-paste de uns para outros. Não em absoluto, mas há fortes influências. Porquê? Uma teologia trinitária que não distingue bem as pessoas trinitárias? Preguiça? Dificuldade de vocabulário?
3 - Os rapazes presentes no grupo têm respostas muito "limitdas". Baixo nível cultural? Mas no território onde estão os rapazes com mais nível cultural? J´+a largaram a fé?
4 - Catequese e missa são os grandes (quase únicos) lugares de experiência religiosa.
5 - Pessoas a influenciar a fé: maioritariamente catequistas, pais, avós. Não aparecem amigos, nem professores
Estou a meter os dados no computador.
Algumas observações preliminares:
1 - Na zona alfa (de onde vêm os questoionários; obviamente, não a identifico) a malta não se confessa. Estou ainda a metade da introdução mas a olho aposto que esse resultado vai ser esmagador. Culpa da catequese? Da pastoral local? Efeito da adolescência? Gostava de perceber porquê?
2 - No questionário há questões paralelas, a respeito das 3 pessoas da trindade. Assim a olho há uma tendência notória para fazer copy-paste de uns para outros. Não em absoluto, mas há fortes influências. Porquê? Uma teologia trinitária que não distingue bem as pessoas trinitárias? Preguiça? Dificuldade de vocabulário?
3 - Os rapazes presentes no grupo têm respostas muito "limitdas". Baixo nível cultural? Mas no território onde estão os rapazes com mais nível cultural? J´+a largaram a fé?
4 - Catequese e missa são os grandes (quase únicos) lugares de experiência religiosa.
5 - Pessoas a influenciar a fé: maioritariamente catequistas, pais, avós. Não aparecem amigos, nem professores
2009/12/08
Representação social e atitude
Isto da tese não tem andado tão depressa como eu gostaria.
Estou quase pronto a começar a aplicação dos questionários. Mas há questões de teoria metodológica que me estão a azucrinar.
Entretanto estou a ler ROSA AnnamariaSilvana de, Social representations and attitudes: problems of coherence between the theoretical definition and procedure of research em Papers on Social Representation 1993.
O artigo começa por ser uma comparação entre o conceito de RS e o conceito de atitude. Mas acaba por ser uma interessante reflexão sobre as questões metodológicas que a teoria da RS enfrenta. O problema é que é de 1993 e não integra os desenvolvimentos mais recentes.
A tese inicial é que muitas das dificuldades de aceitação da TRS vem de uma "nostalgia" da atitude.
A psicologia, ao longo de décadas tem tratado a "atitude" como um menino-lindo, que serve para tudo. Trocar isso pelo patinho feio da RS parece ser uma operação excessivamente arriscada.
A autora defende uma primeira tese, segundo a qual a RS é, ao mesmo tempo, um conceito heurístico e uma teoria; enquanto a "atitude" é usada com significados diferentes em diferentes teorias. Contra o "senso comum" existente entre muitos psicólogos, a atitude é tudo menos um conceito estável e unívoco.
É de reter a tabela em que Rosa faz uma comparação entre os princípios epistémicos da TRS e das abordagens mais cognitistas-individualistas.
(continua...
Estou quase pronto a começar a aplicação dos questionários. Mas há questões de teoria metodológica que me estão a azucrinar.
Entretanto estou a ler ROSA AnnamariaSilvana de, Social representations and attitudes: problems of coherence between the theoretical definition and procedure of research em Papers on Social Representation 1993.
O artigo começa por ser uma comparação entre o conceito de RS e o conceito de atitude. Mas acaba por ser uma interessante reflexão sobre as questões metodológicas que a teoria da RS enfrenta. O problema é que é de 1993 e não integra os desenvolvimentos mais recentes.
A tese inicial é que muitas das dificuldades de aceitação da TRS vem de uma "nostalgia" da atitude.
A psicologia, ao longo de décadas tem tratado a "atitude" como um menino-lindo, que serve para tudo. Trocar isso pelo patinho feio da RS parece ser uma operação excessivamente arriscada.
A autora defende uma primeira tese, segundo a qual a RS é, ao mesmo tempo, um conceito heurístico e uma teoria; enquanto a "atitude" é usada com significados diferentes em diferentes teorias. Contra o "senso comum" existente entre muitos psicólogos, a atitude é tudo menos um conceito estável e unívoco.
É de reter a tabela em que Rosa faz uma comparação entre os princípios epistémicos da TRS e das abordagens mais cognitistas-individualistas.
(continua...
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