Na catequese que fizemos no sábado emergiram algumas questões que se vão tornando clássicas.
crisma: entre sacramento e profissão de fé
Os jovens que levam isto da fé mais ou menos a sério acentuam de tal modo o seu próprio papel, da sua decisão, do seu compromisso, que esquecem a dinâmica própria do sacramento e de toda a vida cristã. É Deus que toma a iniciativa e que oferece os dons que nos transformam; o nosso papel (e tantas vezes nada fácil) é dizer "sim", acolher os dons da iniciativa primeira de Deus.
Dificuldades com as palavras
Impressionou-me o contraste entre a fé sentida e assumida (dos crismandos e dos que já se tinham crismado à mais tempo) e as dificuldades de linguagem. Há um deficit sério de linguagem teológica desta gente.
Ainda e sempre: entre conteúdos e pedagogia
Se há debate que já cheira de velho nisto da catequese e da pastoral juvenil é a tensão entre conteúdos e pedagogia; entre mais atenção aos conteúdos da fé ou mais atenção aos processos pedagógicos. Evidentemente eu sou crítico de uma série de processos e tradições pastorais que ignoram ou que não reflectem seriamente sobre a dimensão pedagógicia nem sobre a condição do destinatário. Mas a verdade é que às vezes há mesmo um problema de falta de conteúdos. Ao dizer isto não quero reeditar uma pastoral que volte a ser injecção de conteúdos elaborados em sede de investigação teológica e que são "traduzidos" (mal!) em linguagens mais acessíveis aos destinatários. Foi chão que já deu uvas e nem vale a pena perder tempo com abordagens destas. Mas é importante trabalhar com os conteúdos "certos". Neste caso crisma tem que ver com um compromisso, com uma adesão séria, totalizante a Jesus e ao seu projecto. Não tem que ver com jogos sociais nem com uma pseudo-sedução dos jovens.
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