2009/07/09

Padres e política

A respeito deste post do meu amigo Luís Rodrigues e porque foi um tópico que apareceu no retiro que preguei a semana passada aos diáconos, alguns bitaites:
1. Está mais que claro o que o direito da Igreja diz sobre a relação entre clérigos, instituições eclesiais e partidos políticos.
2. Não entendo a falta de lealdade de ir contra uma regra aceite em Igreja sem dar cavaco a ninguém e forçando o resto da comunidade a ter que lidar com o facto consumado.
3. Não confundir esta auto-imposta limitação do acesos dos clérigos a cargos políticos com a negação cristã da política. Como cristãos, em fidelidade ao Evangelho, somos todos (padres incluídos) "animais fortemente políticos". O rumo que a "polis" (cidade) leva só nos pode interessar. E mantemos o dever de intervir politicamente. No pensamento atento, na formação da consciência, na denúncia da lamaceira em que se vai tornando a "coisa pública" (e aqui está mais um acto político!)... Se dúvidas houvesse, bastaria ler a última encíclica do Papa.
4. Não percebo a questão da ineligibilidade dos ministros de qualquer culto ou religião. COnvido-vos a ler o regulamento: estão excluídos as entidades do estado, os vigaristas e os potenciais corruptores ou beneficiários de corrupção. A que propósito aparece esta limitação aos ministros do culto?
Todas aquelas limitações têm sentido para garantir a "limpeza" do processo eleitoral. Quem já faz parte do estado não se pode meter; quem não cumpriu o seu contrato com o estado; quem pode ter uma relação equívoca com a autarquia... entende-se.
Mas porque é que eu não me posso candidatar a presidente da junta? Sou cidadão português! É que esse pessoal que brada tanto pela separação entre a Igreja e o Estado está-me a mexer nos meus direitos políticos
E, fora isso, gostava de saber onde é que o estado tem um registo dos ministros do culto.

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