Teologia prática ou pastoral é a área da teologia onde me movo.
Funciona tal como o resto da teologia (vide post anterior) mas reflecte em especial sobre a praxis da Igreja.
Na cabeça de muita gente, a prática da Igreja e dos cristãos deve reger-se por um modelo dedutivo: haveria um saber de tipo teórico (teologia bíblica e sistemática) da qual se tiram uns corolários práticos, umas adaptações à realidade.
Esta abordagem simplista ajuda a explicar o relativo insucesso de tantas coisas que vamos fazendo (mal) em Igreja.
Mas há mais praxis eclesial para lá desse modelo ingénuo.
Recuso a ideia que a TP (= teologa prática) seja uma tradução ou adaptação ao concreto da teologia "séria". Nem que seja um downgrade.
Para não cair nessa asneirada o trabalho não é fácil. A TP tem de saber dialogar com todo o resto da teologia e com as suas fontes mas também com a realidade. realidade é a Igreja que existe e que se transforma. Mas é também a realidade extra-eclesial.
Para isso a TP vai ter de usar uma série de saberes exteriores a ela mesma: psicologia, sociologia, economia, estudos culturais...
Parecendo que não tem muito que se lhe diga.
Dentro da teologia pastoral interessa-me muito o seu carácter empírico. Não é só por uma questão de eficácia mas por uma questão de fé.
o Deus em que pomos a nossa fé é um Deus incarnado, um Deus que abraçou radicalmente o concreto da nossa humanidade. Por isso a atitude daqueles crentes e/ou teólogos que olham para a realidade como um mal menor (em alternativa ao bem maior que seria a Bíblia ou as formulações doutrinais) sempre me pareceu espiritualmente pobre.
Uma das carências da TP em Portugal é a sua desatenção empírica. Atenção que eu não estou a desperzar o papel das teorias; não há nada mais prático do que uma boa teoria. O problema é que nós na Igreja (e não só) não conhecemos a realidade em que nos movemos nem somos capazes de monitorizar as mudanças que provocamos. a atenção à realidade é quase sempre de tipo impressionista. Acho que... tenho a impressão que...
Por estas e outras razões, gostaria de dedicar este processo de doutoramento a uma abordagem empírica. Porque me será pessoalmente útil. mas também porque pode ser uma chamada de atenção a outros em Portugal.
Resumindo: tenho claro que a minha tese de doutoramento será na área da pastoral juvenil e catequese, com uma abordagem empírica.
Temas... métodos... abordagens teóricas... espera pelos próximos posts.
1 comentário:
estilo impressionista ..eheh, gostei da ideia!
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