Para lá das confusões de tipo histórico-documental (que dificultam perceber claramente o que se diz quando usamos a expressão IC) há hoje duas perspectivas para abordar a IC. Estas duas perspectivas partem de pontos de vista dificilmente harmonizáveis: catequético-pedagógico (onde claramente estou eu) e teológico-litúrgica.
Isto pode parecer um debate meio esotérico e inútil. Mas a verdade é que acaba por condicionar bastante a práxis da catequese. ainda que inconscientemente, muitos dos debates que acontecem a nível local, acabam por derivar daqui.
Perspectiva pedagógico-catequética
Gevaert sintetizou muito bem esta posição:
Usa-se o termo IC para indicar o processo de formação ou de crescimento, suficientemente amplo no tempo e devidamente articulado, constituído por elementos catequéticos, litúrgico-sacramentais, comunitários e comportamentais que é indispensável para uma pessoa poder participar com escolhe livre e adequada mentalidade na fé e na vida cristã.
Esta abordagem usa um conceito global de IC e integra todos os elementos em presença. Não basta o sacramento para fazer automaticamente o cristão; mas é precisa a conversão e a fé em JC, como pressupostos indispensáveis para receber os sacramentos que incorporam em Cristo e na Igreja.
Segundo este modelo (ou melhor segundo Gevaert e uns tantos outros, entre os quais eu) a IC não dura toda a vida cristã. Nem se confunde com a maturidade. A IC é apenas o processo pelo qual alguém começa a ser cristão.
Perspectiva teológico-litúrgica
Esta perspectiva reclama o papel determinante para os sacramentos. São os sacramentos que iniciam, que inauguram a nova existência cristã, na medida em que introduzem a pessoa na Páscoa de Cristo.
Quero aprofundar, daqui por uns dias, as possíveis pontes entre estas duas perspectivas.
Mas era importante recordar um dos grandes padres da antiguidade: S. Basílio Magno.
Primeiro é preciso tornar-se discípulo do Senhor e, depois, ser admitido ao Baptismo.
Quem fala assim não é gago!
2 comentários:
Algo muito interessante. Com aplicabilidade à minha experiência.
Engraçado.
queres explanar esse comment?
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