1. Porquê um doutoramento?
Acima de tudo para aumentar a minha capacidade científica. No trabalho que faço habitualmente (editor, formador de catequistas e animadores) não consigo já limitar-me a aplicar fórmulas e produtos concebidos noutros contextos.
Particularmente na área da catequese assiste-se nos últimos 40 anos a uma tendência anti-globalização. Penso que o último produto catequético de alcance verdadeiramente internacional foi o catecismo verde (um catecismo desenvolvido na alemanha nos anos 50 e que teve múltiplas edições um pouco por todo o mundo). Claro que vai havendo consensos globais ao nível das opções de fundo (RICA, DGC...) mas há que passar dessas intuições e opções pastorais globais para instrumentos contextualizados a uma cultura concreta, a configurações sociais e económicas concretas.
E isso não está fácil. Daí a minha necessidade de conhecer mais, de ganhar mais sentido crítico.
Dada a escassez de diálogo, de troca de ideias, que há na Igreja em Portugal (pelo menos nesta área da catequese e da pastoral juvenil e a um nível elevado) a hipótese do doutoramento aparece como uma das mais acessíveis.
2. Que fazer?
Um doutoramento, ou qualquer projecto de investigação, tem de ter uma boa "trindade". Um problema, uma perspectiva teórica adequada, um método. Estes três elementos podem combinar-se de variadas formas.
Alguns exemplos. Problema: formação de catequistas. Perspectiva teórica: análise de género(porque é que há mais catequistas do que "catequistos"?) análise custo-benefício (quantas horas são necessárias para formar um catequista?) Método: entrevostas em profundidade, sondagens...
Ou seja: grandes possibilidades, grande dificuldade na escolha.
Não é que todas as combinações de problemas-teorias-método sejam possíveis (ou igualmente interessantes) mas as possibilidades são imensas.
Interessa-me escolher com um critério económico: um que me permita obter o máximo de ganho (em capacidade explicativa e preditiva) com o mínimo de custos.
5 comentários:
Olá, Rui.
Excelente opção de fazer um Doutoramento. Sei que vamos todos ganhar com isso.
A escolha do tema não é fácil, mas pelas hipóteses que já colocou aqui vejo que, seja qual for a escolha, será de muito interesse.
Vou acompanhar de perto este blog. E estou disponível para ajudar no que for preciso.
PC
'Interessa-me escolher com um critério económico: um que me permita obter o máximo de ganho (em capacidade explicativa e preditiva) com o mínimo de custos.'
Eu não queria dizer mas isso parece coisa de engenheiro...
Queres uns gráficos?
Acho que às vezes fazia falta um bocado de engenharia nestas coisas da fé.
é evidente que a fé assenta numa dimensão de liberdade e de diálogo que a afasta do determinismo das engenharias (e outros saberes ditos exactos).
Mas a verdade é que acho importante contrariar a indeterminação relativista em que boa parte da pastoral está. Defendo que, em certa medida, é possível chegar a saberes "positivos", demonstráveis, contraditáveis.
Obrigado pelas palavras do anónimo 1.
Mas não percebi quem eras, PC
o esforço por uma cientificidade (proxima das regras mas com consciencia das excepçoes) surge agora nas ciências sociais e da educação também. ainda no inicio do ano a revista 'science' foi dedicada a isso mesmo :)
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