2009/04/25

25 de Abril

Aqui em Itália. É dia da libertação.
Comemoram a libertação do regime nazi-fascista no fim da 2ª guerra mundial.
Este tema da liberdade mexe comigo.
Por razões apenas "humanas" mas, principalmente de fé. A ideia paulina de termos sido libertados é mesmo importante.
Só que não basta enunciar esses princípios sem se fazer uma leitura (crítica) do contexto onde estamos e pensando-actuando uma prática renovadora.
E em termos de liberdade e das suas condições de exercício, a nossa parvónia está a degradar-se a olhos vistos.
Não quero controlo na internet.
Não quero fazer parte de bases de dados genéticas.
Não admito chips no meu carro, nas minhas orelhas nem em lado nenhum.
Não admito controlo estatal sobre a minha dieta alimentar.
Não admito que meios estatais sejam usados para impor (enforce) visões culturais e valoriais.
Quero um clima onde se possa discordar de quem se quiser sem se ser insultado.
Um estado que não assegura estes direitos básicos de exercício de liberdade não merece respeito e pede insubmissão.
Bem sei que isto soa a retórica anarca.
Mas, meio a sério, meio a brincar... quando é que, em nome da fé, se pode exigir ou legitimar a desobediência?
Isto é, qual é o ponto em que se considera que um estado não merece mais respeito e se pode-deve cortar os laços de relação-dependência-submissão?
Por exemplo através do boicote fiscal?
Se acham isto estranho, vejam o Valkiria. Bem que que como filme é o que é; o Tom Cruise não consegue fazer um papel de jeito (só sabe meter o sorriso Pepsodent). Mas vejam que o von Staufenberg é católico e é em nome da fé que ousa a insubmissão.
E, se há uma falha grave no filme, é o silenciamento da dimensão religiosa da resistência alemã. Historicamente está mais que provado que foi a reflexão teológica (cfr Dietrich Boenhoffer, por exemplo) a grande impulsionadora das tentativas de resistência e de tiranicídio.

PS - Só espero, ao regressar a Portugal, não ter problemas com o SIS.

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