Resumindo: é difícil chegar a conclusões.
A reflexão psicológica e sociológica sobre a adolescência é pouco sistemática.
Aliás, o Handbook of adolescent psychology (Lerner-Steinberg) aposta claramente nas mid-range theories em detrimento das grand-theories.
E tudo se complica quando metemos a pós-modernidade à mistura.
Claramente revejo-me na crítica ao positivismo racionalista que muitos autores pós-modernos fazem. Ma non troppo. Mas não acho que a realidade se dissolva em construções culturais.
Concordo que é difícil chegar a modelos absolutos, universais, value-free. Mas isso não deveria inibir a normatividade. Ou seja, acho legítimo usar práticas de análise e de transformação da realidade inspiradas em valores não universais.
Mas isto é tudo ao nível da pós-modernidade como quadro teórico de interpretação. outra coisa é ao nível das vivências.
Assim a olho, percebe-se que algo de pós-modernidade está presente nas práticas correntes. O que não encontro é estudos empíricos que o demonstrem, que o quantifiquem. Vai na volta, os pós-modernos vão dizer que esse tipo de abordagem é "demodee".
Ou seja: gostava de saber como é que as grandes intuições da pós-modernidade podem ser operacionalizadas. Como é que as práticas dos nossos adolescentes são por elas influenciadas.
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