2009/05/14

religiosidade juvenil em Itália

Alguns dados, muito sintéticos, a partir de um inquérito feito em 2004.
Totalmente superadas algumas categorias que ainda usamos.
Os autores identificam 11 tipos de religiosidade juvenil.
Agnósticos: 6,3%. Sentem que não podem exprimir um juízo sobre o facto religioso. Longe ou em afastamento de religião, com escassa confiança nas formas institucionais. Assumir-se como agnóstico nem sempre é uma escolha convicta e motivada; vem mais de um contexto familiar pouco interessado no tema religioso.
Não crentes: 11,4%. Os mais afastados da experiência religiosa. Há uma reflexão pessoal feita por detrás. Há uma recusa coerente das práticas religiosas e um marcado cepticismo face à Igreja.
Crer num Deus genérico: 6%. Andam à procura de uma religião pessoal, modelada a partir das exigências pessoais e afastada das formas tradicionais e institucionais. Normalmente, gente com alto capital cultural interessados em defender a própria liberdade e individualidade.
Minorias religiosas: 2%. São isso mesmo.
Cristãos genéricos: 4,8%. Dizem crer em Jesus mas não na Igreja. Estão a afastar-se das formas tradicionais de participação mas têm ainda uma certa tensão religiosa, vivida apenas no interior pessoal.
Católicos afastados: 4,7%. Abandonaram quase totalmente a prática religiosa, institucionalizada ou pessoal. A dimensão religiosa não interessa. Mas reconhecem-se na fé católica e não acham que a sua fé esteja a diminuir.
Católicos ocasionais: 18%. A religião não é parte essencial da sua vida. Baixa participação comunitária. Participação esporádica em rituais religiosos e oração pessoal. A religião não coloca grandes problemas.
Católicos ritualitas: 16, 7%. A dimensão religiosa está sempre presente mas mais como um preceito do que como uma opção pessoal. A religião não é importante mas não se quer acabar com ela. Uma fé mais de preceitos e pressão social do que de afectos.
Católicos intimistas: 9.9%. Fé forte mas isolada da comunidade eclesial. A Igreja é vista como importante mas a vida religiosa é vivida essencialmente no espaço pessoal. Esta opção nasce do individualismo da cultura dominante.
Católicos moderados: 13,6%. Uma clara escolha de pertencer de ser católico, num quadro de forte tensão espiritual. Mas é-lhes difícil assumir os preceitos da fé. alternam momentos de empenho religioso com outros de desinteresse. Componente emotiva importante, têm uma religiosidade estruturada e apoio familiar nesta dimensão.
Católicos fervorosos: 6,7%. Os mais identificados. Ser católico é mais do que uma etiqueta social. Mexe com as opções de vida e os comportamentos quotidianos. alto impacto na vida pessoal e na participação comunitária.

4 comentários:

Sílvio disse...

Tava a ler e estava a pôr caras em cada 'categoria' da religiosidade...

Engraçado.Muito mesmo.

ruisdb disse...

cuidado com isso.
Eles elaboraram esta lista como forma de sintetizar muitos dados. Que estão num livro mais extenso, que já tenho e conto ler quando estiver ai. Mas aqui eles fazem várias combinações a partir da prática religiosa institucional, práticas religiosas pessoais, crenças, postura religiosa das famílias.
Não faço ideia se na nossa realidade portuguesa existirão estas 11 realidades.

PC disse...

Muito interessante.

Quantos jovens responderam a este inquérito? E qual a sua faixa etária?

ruisdb disse...

3000 entrevistados. Entre os 15 e os 34 anos. Com estratificação por idade, nº de habitantes da terra onde vive, distribuição geográfica.