2009/03/13

Linguagem e IC

Comecei a ler mais um artigo: LANZA Sergio, Quali linguaggi per l'iniziazione cristiana em Iniziazione cristiana degli adulti oggi. Atti della XXVI Settimana di Studio dell'associazione Professori di Liturgia.
Há aqui algumas coisas que nos deveriam fazer pensar.
Diz ele que não é possivel uma linguagem significativa e comunicativa na celebração da IC fora de uma pre-compreensão comum.
Ora hoje essa linguagem comum (que dá sentido à celebração da IC) não existe mais no tecido sociocultural (não estamos mais no famoso regime de cristandade).
E, para conseguir essa tal linguagem comum, não chega mexer na ritualidade (tantas missas com crianças e/ou com jovens em que se inventam ritos às 3 pancadas ou se omitem outros), nem insistir nas noções (explicar vezes sem conta o que acontece ma liturgia).
O problema é que tantas vezes a liturgia é pensada de forma intraeclesial. Os liturgistas, raciocinam (praticam) a partir de uma síntese de fé e de teologia que não é a dos que estão em caminho de IC. precisamente para se integrarem na comunidade.
Quando quem está na celebração não partilha da tal linguagem, esta torna-se auto-referencial. Faz só referência a si mesma e à sua lógica interna, não tendo nunca em conta a vida dos outros.
Ora uma linguagem auto-referencial leva sempre à virtualidade e à alienação. É como um reality show: podemos estar de fora a assistir, ir acompanhando o que se passa. Mas a prática comunicativa que ocorre (na casa dos famosos ou na liturgia) não interage com a nossa realidade.
À linguagem auto-referencial corresponde uma realidade virtual: um mundo artificial,que existe apenas na sua própria esfera e para os seus fãs, sem relação com a vida real.
Ora, uma liturgia assim, serve para quê?

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