Cá ando às voltas com a TRS.
Nos últimos tempos tenho andado a ler umas coisas sobre a metodologia. E as partes mais bem conseguidas estão na perspectiva da teoria do núcleo central (cfr Abric...).
E muito bem: não basta determinar qual é o conteúdo das RS; há que perceber também qual é a sua estrutura.
Mas, e pergunto eu com a Jodelet, onde ficam os processos (ancoragem, objectivação)?
É que boa parte do que leio, deixa isso de lado?
E a questão dos "themata" onde fica?
Apesar disso cada vez mais me convenço do mérito da TRS para estudar a construção da imagem de Deus.
As abordagens feitas até aqui ou assumem um carácter positivista que não resiste à crítica legítima ou remetem para uma fragmentação radical (religião faça você mesmo) que impede o conhecimento (que é sempre conhecimento do geral) e também uma prática pensada e crítica.
A sugestão que cada um elabora a sua própria imagem de Deus, a partir da sua individualidade radical não parece resistir. Haverá tantas imagens de Deus quantas pessoas? Ou não será que apesar de tudo cada um constrói a sua imagem a partir de esquemas, representações, socialmente disponíveis em número relativamente limitado.
A abordagem da TRS também poderá ajudar a perceber-interpretar melhor a questão do apofatismo (Gallo), em que as pessoas, acreditando em Deus, não o verbalizam.
Precisamente a hipótese da zona muda das RS pode ajudar a explicar isso.
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