Aleluia. (bem sei que na quaresma não se deve dizer!
Finalmente encontrei um autor com o qual estou bastante em sintonia.
É Luciano Meddi, italiano, professor de catequética na univ. Urbaniana.
Foi-me sugerido por Ubaldo MOntisci, o professor de iniciação cristã e catecumenado.
Ele analisa muito bem a situação italiana. Que é algo diferente da nossa:
1) Na quantidade e qualidade da reflexão. Quer a nível de catequetas, quer dos bispos, aqui há muito mais produção. O que é bom mas também obriga a muito maior esforço à hora de chegar a consensos.
2) Na caminhada catequética. Aqui houve coisas muito interessantes e originais. Mas tiveram muito mais dificuldade do que nós em deslocar-se de um catequese virada para os sacramentos. Claro que em portugal nos lamentamos de tantas coisas. Mas aqui a catequese ainda é catequese para a 1ª comunhão, que se interrompe por uns anos e que se reactiva para o crisma (pelo 11-13 anos).
Deixem-me resumir um dos artigos.
La catechesi come la stella dei magi? A quali condizioni pastorali le catechei può realizzare i suoi scoppi em Catechesi (2004) 74/2 pp. 28-37.
O artigo (tal como as outras coisas que li dele) está muito virado para a análise da realidade italiana. E faz uma analise muito fina. Imagino que sempre que ele escreve haverá gente que fica com urticária. Eu, aqui vou tentar saltar, aquilo que só interessa ao contexto italiano.
1. A catequese mediadora da pastoal italiana
Faz um pouco de história sobre os processos de recepção do Concílio, aqui em Itália. E recorda o muito esforço da catequese em superar uma religiosidade sociológica, centrada nos sacramentos.
2. Crise da mediação catequística?
Parece que os resultados não foram muitos. E pergunta-se porque é que n~ão há um estudo sério das razões do fracasso e se continua a preferir dizer banalidades.
3. O que ajuda a catequese
Em que condições é possível à catequese atingir os seus objectivos?
a) Onde está a comunidade?
Sem comunidade não há catequese. Simples. mas onde está essa comunidade? "Como se pode reevangelizar sem passar por uma comunidade edificada sobre a 'decisão adulta' pela fé?" Uma das coisas que ele critica é o facto de, na prática, se estar a tentar voltar para trás, a cristãos imaturos, a comunidades que se limitam a ser consumidoras de bens religiosos. A sustentar esta postura está uma visão que autonomiza os sacramentos do resto da vida cristã. E aí é possível fazer uma catequese que só serve para distribuir sacramentos. e ter uma comunidade=consumidores de sacramentos. As nossas propostas de catequese são feitas sem o contributo de vivências comunitárias.
b) Clarificação das finalidades pastorais
Contra a paróquia estação de serviço. O problema é que não "se percebe quais as verdadeiras finalidades que os planos pastorais querem atingir". (Pois... nós em PT não temos grandes planos pastorais; mas será que a fraqueza e irrelevância dos que temos, não serve também para manter tudo na mesma?
Diz ele que é preciso denunciar o curto-circuito pastoral em que estamos: a pastoral tridentina produziu um cristianismo sociológico incapaz de resistir às pressões da cultura moderna; por isso fazemos uma catequese que recupera a postura tridentina para manter o cristianismo sociológico.
c) Clarificar a relação fé-cultura
Está tudo de acordo que precisamos de renovar a linguagem da fé, que é preciso dialogar com a cultura contemporânea. mas a verdade é que, por medo ou preguiça, ninguém mexe uma palha.
d) Clarificar o papel institucional da catequese
Denuncia aqui a falta de preparação catequética dos párocos. Continuam a entender a catequese como conteúdos, como teologia em comprimidos.
Tal como entre nós há uma grande falta de dignidade nisto. Continua a receber-se os sacramentos sem maturidade de fé. Não há mecanismos de avaliação nem de correcção sistémica.
e) O apoio da família
Perecebe-se que o papel da família é muito importante. Mas fica a sensação que se pede à família aquilo que a comunidade não quer fazer.
É que as famílias reais (os pais) andaram numa catequese que não os convenceu-motivou a serem cristãos maduros; por isso o que os pais pedem é o acesso aos sacramentos e à ritualidade; não a um empenho que leve os filhos a uma maturidade de fé (que eles, pais, tamn+em não têm).
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