2009/03/01

Que adolescência?

SCHWEITZER Friedrich em In search of a faith of one's own: The changing shape of adolescence as a challenge to the christian churches, Concilium 2007, 5 p 78ss defende a ideia que as nossas noções de adolescência e de ciclo evolutivo estão postas em causa pela pós-modernidade.
A ideia da adolescência como um tempo para definir a identidade não se aguenta, segundo ele, já que não existem mais que identidades adaptativas, sempre mutáveis.
Ele remete para alguma bibliografia que terei ainda de estudar.
Em consequência disso, todo o edifício pastoral e ritual que a Igreja oferecia aos adolescentes, em ordem à sua entrada no mundo dos adultos da fé, está também posta em causa.
E eu que pensava que com Erickson tínhamos tudo resolvido!
Em primeiro lugar, tenho que aprofundar a ideia de fundo do autor.
Mas há algumas hipóteses que ele não contempla.
A primeira é a de uma acção pastoral diferenciada. Ele trata os adolescentes todos como iguais. Como se não fosse possível que, qualitativa e estruturalmente, haja diferenças. Estou-me a referir, por exemplo, às várias etapas da iniciação crostã.
Outra coisa que não está clara é a relação entre a análise da situação e a nossa proposta educativa. Por uma série de factores culturais e sociais, a ideia da identidade como objetivo está posta em causa; de acordo com os factos. Mas deriva-se daí que as agências educativas devam renunciar a propor uma identidade estável?
Com isso não concordo. Embora me seja possível antecipar que não seja possível, sem mais, continuar a repetir o que se fazia antes

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