Do consensual ao reificado: representação social das atitudes
Há um certo debate acerca da continuidade e/ou complementaridade dos conceitos de RS e atitude.
Mas Howarth defende que as diferenças são profundas. As atitudes nascem numa psicologia de paradigma cartesiano, com um forte dualismo entre corpo-alma, eu-outro, indivíduo-sociedade. A mente é concebida não só como separada do corpo mas também do mundo material e social. Neste paradigma não é possível pensar um “eu social”.
Moscovici ao lançar a TRS usa um paradigma hegeliano, onde as contradições são subsumidas numa síntese.
Pode-se ainda recuperar a distinção que Dewey faz entre concepções mecânicas e orgânicas da sociedade.
As TRS assentam na concepção de relações mutuamente constitutivas entre o indivíduo e o mundo onde se vive.
Atitudes e RS vêm de paradigmas diferentes, têm linguagens diferentes. Por causa do dualismo cartesiano subjacente, os teóricos das atitudes não conseguem analisar as relações entre indivíduo e mundo.
A partir daqui, a autora vai tentar perceber, usando a grelha de análise da TRS, como é que se chegou à teoria das atitudes. Precisamente porque a RS da pessoa como indivíduo se expandiu, chegou-se a uma teoria reificada dessa RS. “A RS das atitudes deriva directamente da RS do indivíduo” (p. 21).
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